segunda-feira, 8 de junho de 2009

O desequilibrio ambiental!

A floresta amazônica brasileira permaneceu completamente intacta até o início da era“moderna” do desmatamento, com a inauguração da rodovia Transamazônica, em 1970.Os índices de desmatamento na Amazônia vêm aumentando desde 1991 com o processo de desmatamento num ritmo variável, mas rápido. Embora a floresta amazônica seja desmatadapor inúmeras razões, a criação de gado ainda é a causa predominante. As fazendas de médioe grande porte são responsáveis por cerca de 70% das atividades de desmatamento. O comércioda carne bovina é apenas uma das fontes de renda que faz com que o desmatamento sejalucrativo. A degradação da floresta resulta do corte seletivo, dos incêndios (facilitados pelocorte seletivo) e dos efeitos da fragmentação e da formação de borda. A degradação contribuipara a perda da floresta. Os impactos do desmatamento incluem a perda de biodiversidade,a redução da ciclagem da água (e da precipitação) e contribuições para o aquecimento global.As estratégias para desacelerar o desmatamento incluem a repressão através de procedimentosde licenciamento, monitoramento e multas. O rigor das penalidades deve ser suficientepara impedir os desmatamentos ilegais, mas não tão grande que as impeçam de ser executadas.Uma reforma política também é necessária para discutir as causas primordiais do desmatamento,incluindo o papel do desmatamento no estabelecimento da posse da terra.
Pobre Amazônia
A reunião em caráter de emergência que o presidente Lula convocou para discutir ações para enfrentar a retomada do desmatamento acelerado da Amazônia só deu sinais preocupantes. A começar pela emergência. Reunião de emergência se faz quando acontece o inesperado. O aumento do ritmo de desmatamento estava anunciado há meses. Outro fato relevante é o desmentido da verdade, por parte do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes que, com sofismas e truques de raciocínio, nega que a reaceleração do desmatamento se deva à retomada da expansão da pecuária e da soja. Ele oscila entre a desnecessidade de cortar árvores para aumentar a pecuária ou a lavoura de soja, o óbvio, e a afirmação de que não houve expansão da área plantada de soja nos últimos anos. Outra obviedade. Corta-se para expandir e não porque se expandiu.
O mais grave, porém, foi que o presidente, sem querer enfrentar os conflitos expostos na sua grande mesa em arco, nem contrariar interesses econômicos que afaga com seus PACs, resolveu o litígio entre a ministra do Meio Ambiente e seu colega da Agricultura, dizendo que não é “hora de procurar culpados, é hora de agir”. A proposta de ação, fora o envio de policiais federais para as áreas, parece desenhada para conter um surto de desmatamento excessivo por agentes econômicos legais. Só assim, se entende a crença de que uma moratória de licenças de desmatamento nos municípios delinqüentes teria algum efeito. Ninguém está pedindo licença para desmatar. É tudo ilegal e se alguém tiver licença, basta por na cadeira quem a assinou porque, certamente, não estava habilitado a recebê-la. Não se trata de madeireiros licenciados exorbitando de suas autorizações de corte. Trata-se de banditismo, de grilagem de terra, de avanço sob a mata de quem sempre grila e desmata ou de quem acaba de vender para grandes investidores do sul as suas terras e está buscando um novo naco de mata para converter em pasto ou lavoura.

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